Afetados por naufrágio de navio em Barcarena (PA) são convocados para audiência pública
Acidente com embarcação de bandeira libanesa, em outubro de 2015, causou um dos maiores desastres ambientais no Pará
O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) promoverão, no próximo dia 26 de julho, uma audiência pública em Barcarena, no Pará, com os afetados pelo naufrágio do navio Haidar. Em outubro de 2015, o navio de bandeira libanesa afundou durante o embarque da carga de bois vivos no Porto de Vila do Conde, matando cerca de 5 mil bois.
A audiência pública deverá debater a possibilidade de um acordo entre os atingidos e algumas das empresas envolvidas no acidente. Estão sendo feitas negociações com a Companhia Docas do Pará (CDP), responsável pelo porto e Global Norte Trade e Minerva, responsáveis pela operação portuária e pelos bois, para que sejam pagos os danos sociais de caráter coletivo.
O navio está afundado no porto até hoje. Dos quase 5 mil bois mortos, uma parte se desprendeu do casco do navio logo após o acidente, imergindo nas praias de Barcarena, um local de visitação turística próximo da capital paraense. Nos dias que se seguiram ao naufrágio, a população teve que deixar suas casas, andar com máscaras para respiração e fechar os locais de comércio.
Uma parte dos bois mortos apodreceu dentro do casco do navio, liberando subprodutos da decomposição nas águas da região. Outra parte foi retirada pelas empresas e enterrada em local próximo ao porto. Parte dos 700 mil litros de óleo diesel que estavam no Haidar vazaram para as águas, mas a maior parte foi retirada pelos responsáveis.
As consequências para o meio ambiente e para a vida no entorno foram graves. No caso dos danos ao meio ambiente, o MPF entrou com uma ação judicial, que tramita na 9ª Vara Federal em Belém, com pedido de indenizações de R$ 71 milhões. No caso dos danos aos moradores, as indenizações podem ser resolvidas em acordo. Esse é o tema da audiência pública, que vai ocorrer na sede da igreja Assembleia de Deus, em Barcarena.
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